Os Estados Unidos, como país hegemônico, construiu uma estrutura legal e faz uso de estratégias de política externa voltadas para a manutenção de sua dominação sobre os demais países. Neste contexto, a saída para o Pacífico através da costa ocidental da América do Sul, que seria fundamental para ligar aos mercados asiáticos e o Centro-Oeste brasileiro, a região agrícola que mais tem crescido nas últimas quatro décadas, torna-se um imenso problema. O escoamento da produção através do Pacífico iria diminuir, em pelo menos 30%, o custo do transporte de grãos e carnes, modificando o fornecimento de alimentos para a Ásia. Entretanto, uma tal realização iria ferir os interesses da produção agrícola americana, um dos pilares e por sinal, o mais frágil deles, de sustentação do poder norte-americano. Com a saída para o Pacífico, o Brasil fortaleceria a sua posição de potência regional, vista como ameaça para a posição norte-americana na área. Assim, não são problemas econômicos ou ambientais que explicam a interdição dos caminhos para o Pacífico, e sim o temor da competitividade de agronegócio do Centro-Oeste brasileiro.