Durante a década de 2000, dois Movimentos de Luta pela Moradia ocuparam vazios urbanos na cidade de Maceió, Alagoas. As famílias, em condições precárias de moradia, se organizaram e utilizaram um prédio e cinco terrenos desocupados que lhes serviram como tática de luta para conquista do direito ao lugar e à moradia. Neste trabalho, analisamos, de modo contextualizado, as formas de organização e manifestação desses dois movimentos reivindicatórios que, ao se manifestarem na cena urbana, revelaram racionalidades alternativas às práticas de usos da cidade pautadas em interesses e projetos de atores hegemônicos. Entendemos que ao valorizarmos as experiências de luta pela moradia engendradas pelos movimentos sociais, no contexto de uma cidade marcada pelas desigualdades de acesso ao território, possibilitamos uma melhor compreensão acerca da disputa político-espacial em torno da problemática habitacional. Nesse sentido, utilizamos como recurso metodológico a análise do uso do território e a cartografia da ação.