Como o título indica, trata-se da apresentação de algumas das temáticas tradicionais da história da filosofia, como a moral, o conhecimento ou a liberdade, destinada fundamentalmente a um público jovem (mas não só) que se pretenda iniciar na via da reflexão filosófica, na perspectiva de que, e como escreve o autor, o "ser humano é um animal filosofante: só pode renunciar à filosofia renunciando a uma parte da sua humanidade." Filosofar é, pois, uma actividade intrinsecamente humana, e todos, de uma maneira ou de outra, já nos interrogámos sobre alguns problemas de natureza filosófica. Mas esse questionamento só poderá atingir alguma profundidade e sistematicidade se se apoiar na tradição filosófica, cuja riqueza constitui uma das estruturas fundamentais da cultura ocidental. Neste sentido, o autor procura desenvolver os temas que escolheu em constante diálogo com alguns autores clássicos da história da filosofia, como Espinosa, Descartes ou Kant, e com outros cuja abordagem, por menos sistemática, não deixa por isso de ser igualmente estimulante, como Pascal, Montaigne ou Alain. O estilo coloquial da obra, adequado aos seus propósitos, não descura o rigor necessário da reflexão, visto a filosofia ser uma actividade eminentemente racional. Assim, o autor procura apresentar argumentos, convidando o leitor a reflectir sobre eles e a elaborar o seu próprio caminho, na certeza de que, e como se refere logo a abrir a "Introdução", retomando uma famosa afirmação de Kant, "filosofar é pensar por si mesmo". ANDRÉ COMTE-SPONVILLE é um filósofo que ama a sabedoria. Como escritor fala com gravidade das coisas graves e com simplicidade das coisas simples. Para ele troçar da filosofia é filosofar verdadeiramente. Autor de inúmeras obras, de sua co-autoria o Instituto Piaget publicou A Sabedoria dos Modernos.